Thursday, February 21, 2013

Grândola de Boca em Boca Não Está Morena, Está Preta

Nos últimos tempos a canção de José Afonso tem ecoado na Assembleia da República, nas escolas, em auditórios e tem literalmente calado os Sr.s Ministros representantes do actual Governo.
Não é que concorde ou discorde, pois vendo bem a coisa, um grupo de pessoas utiliza uma canção que promove a Democracia para impedir outros de exercer o seu direito democrático.
No entanto, acredito que o cerne da questão está em tentar perceber os motivos que levam a estes acontecimentos.
Não acredito que as pessoas o façam apenas por carolice, mas talvez porque sentem uma necessidade enorme de contrariar o rumo das coisas fazendo-se ouvir. E este foi o caminho que escolheram.
Aliás, eu próprio já ando cansado de "politiquices" à muito tempo. Já não consigo ver os noticiários, carregados de casos de lobbys, favores nada éticos, corrupção e as tão badaladas derrapagens orçamentais. Chega de cinismos!
Enquanto existirem conflitos de interesse entre os que detêm o poder de decisão, por mais que se reclame e por mais que sejam as vozes de protesto, as coisas dificilmente irão mudar. O Sistema está montado e engrenado para não falhar. Pode abrandar em determinadas ocasiões, mas nunca pára e quem pode ganhar com isso está garantido.
Portanto, a solução passa por fazer alterações desde a raiz, e não continuarmos com promessas hipócritas de mudança que mergulham em círculos contínuos sem fim.
Primeiramente, acabem-se com os Partidos Políticos tal como os conhecemos hoje, com ideologias ultrapassadas e desadequadas ao nosso tempo. Quem governa, está sujeito a normas externas, e sendo de direita, esquerda ou centro, acabam por fazer algo semelhante, diferindo apenas no propósito de que o que vem a seguir não seja tão mau como o anterior. De uma forma ou de outra, os seus membros saem sempre beneficiados, normalmente sob condições no mínimo duvidosas.
Portanto, em alternativa, proponho um modelo de governação diferente do habitual. A criação de uma equipa  liderada por figuras com experiência comprovada nas várias áreas tuteladas pela Governação.
Não consigo compreender, como é possível termos Ministros da Agricultura e Pescas que não sabem o que é um tractor ou um barco. Ministros da Segurança que não fazem ideia do que é o dia a dia dos profissionais da área. Ministros da cultura que não sabem o que é um teatro. Em suma, não podemos continuar a ter responsáveis máximos em várias áreas, quando os mesmos nunca tiveram qualquer ligação ou experiência relativas à área que tutelam.
As equipas seriam lideradas por elementos referência e de excelência a nível nacional ou internacional na área da saúde, da cultura, da economia, etc. Esses elementos teriam direito ao mesmo vencimento que recebiam nas suas anteriores actividades profissionais. A única diferença é que trabalhariam em prol do País. Os elementos das suas equipas seriam escolhidos e orientados por esses líderes. Deveriam ser da sua confiança e com experiência comprovada no terreno. Essas equipas teriam a responsabilidade de propor alternativas que visassem o melhoramento da produtividade e modelos de governação do País. Sem quaisquer responsabilidades partidárias, ou interesses lobbystas. Apenas gerir o País como se de uma empresa se tratasse, tendo em consideração o factor mais importante desta equação: as pessoas e o seu bem estar.
Estas equipas seriam responsáveis por apresentar propostas e relatórios periódicos ao Presidente da República que teria a responsabilidade de tomar as decisões definitivas, tendo em consideração os seus conselhos. Sim, queremos um Presidente da República interventivo e sábio nas suas decisões sobre o País. Não apenas uma figura que serve para discursar textos preparados pelos seus acessores.
A ideia base seria gerir o País de forma isenta, com pessoas responsáveis e experientes nas várias áreas, em que tudo fosse pormenorizadamente reportado, onde houvesse discussão de ideias e criticas construtivas, sem interesses de opinião pública e manobras políticas duvidosas. Em suma, o País gerido de forma competente como empresa, tendo como prioridades máximas os seus interesses em detrimento de terceiros, a justiça social e a qualidade de vida da população.