Friday, March 23, 2007

"É POR ONDE, PERES?"

Hoje foi um dia fora do vulgar. Meia dúzia de pintas vaguearam por Lisboa, entre brincadeiras e asneiradas deu para passar uns bons minutos a chorar a rir como nunca.
Os pormenores ficam para quem os viveu.

Pelo menos tenho amigos parvos para me alegrar. Viva a amizade!

Saturday, March 03, 2007

Um Pouco de Nada

Acordo nas mágoas passadas, do idoso quase senil
Sinto as marcas da saudade, mas não choro.
Vejo as feridas da vergonha, por detrás da discriminação
Sinto a dor da doença, mas não choro.
Canto aos que sangram do coração, presos na teia do amor
Sinto o negro da solidão, mas não choro.
Acalmo as ondas do suor, que reclamam o rosto do atleta
Sinto o gosto da derrota, mas não choro.
Mergulho na lágrima do pai, que vê o filho partir
Sinto o medo da guerra, mas não choro.
Vejo famílias destruídas, despedaçadas sob efeitos de pólvora
Sinto o cheiro da morte, mas não choro.
Oiço as crianças lá fora, seus estômagos gritam por ajuda
Sinto a angústia da fome, mas não choro.
Parto com os refugiados, que buscam uma vida melhor
Sinto a perca da fé, mas não choro.
Falo a quem não compreende, oiço quem nada quer mudar
Sinto o sabor da corrupção, mas não choro.
Esqueço que o mundo existe, calo o grito da revolta
Ao som de uma canção, choro, choro, choro…