Friday, June 10, 2011

Passeio por Sintra

Hoje resolvi dar um passeio por Sintra, e como sempre faço quando vou a qualquer lado que não conheço, faço umas pesquisas para saber o que visitar, onde comer, etc.
Procurando através da Internet, cheguei à conclusão de que iria almoçar a um local chamado de “Adega do Saloio”. Segundo várias opiniões, um local onde se come boa comida tradicional a baixo custo e onde se preza a qualidade “sem pretensões ao estrelato”.
De decoração rústica, o restaurante em si é bastante simpático e acolhedor. Já o mesmo não se pode dizer do empregado, que de 0 a 10 em simpatia, no máximo, atribuo um -1.
Quanto ao atendimento, foi notória a preferência por clientela mais velha e “da casa” a quem era prestado um serviço bem mais atencioso do que o que me foi prestado.
Na altura de escolher o prato, decidi-me por secretos de porco preto grelhados e a minha companhia decidiu-se por espetadas à Bruxelas. Os secretos vêm acompanhados com ervilhas cozidas, o que me deixou surpreendido, e batata frita. A espetada fez-se acompanhar de arroz e batata frita.
Chegada a hora de degustação, os secretos estavam tão salgados que passei o dia a beber água e ainda parece que tenho sal na boca.
No final um pudim de claras saboroso salvou a refeição.
O melhor ficou guardado para o fim. A conta marcava 33,10 euros e parece que em vez de meias doses, comemos doses completas que normalmente até costuma dar para dois. Fiquei a pensar se meia dose de espetada significa servirem metade de uma espetada, mas depois de tirar de esforço educadamente com o empregado, ele com a simpatia que o caracteriza, prontamente me elucidou que afinal tínhamos comido uma dose cada.
Em suma, 33,10 euros por uma refeição a 2 perfeitamente banal, que me deixou descontente e com um gosto amargo de boca e não só.
Fica o desejo de que, numa próxima pesquisa “google”, alguém tenha acesso a este texto e consequentemente a uma outra opinião.

Para quem nunca visitou, aconselho vivamente uma visita à “Quinta da Regaleira”. Um local de paisagens, arquitectura e mistérios, onde se passa uma tarde muito agradável. Pode-se passear, percorrer grutas, visitar palácios, capelas, jardins, entre várias construções antigas.

P.S – Não esquecer uma lanterna para explorar as grutas. Evitam usar a luz do flash milhares de vezes para conseguir ver o caminho no interior, como eu tive que fazer…


Monday, March 14, 2011

Crónica de Uma Geração

Não se fala de outra coisa. Finalmente o povo decidiu sair à rua em massa e demonstrar o seu descontentamento e indignação.
Já muito se disse e escreveu sobre a recentemente manifestação de jovens (e não só) "à rasca", e não há muito mais a acrescentar, a não ser o desejo de que este movimento consiga sensibilizar de alguma forma a classe política completamente alienada dos seus propósitos.
Pessoalmente, penso que a maioria dos Portugueses não se importaria de fazer sacrifícios pelo seu País. Uma excepcional aceitação de cortes de salários, aumentos de impostos e do custo de vida, pois acredito que somos um povo com orgulho na sua Pátria e que tudo faria em nome de uma sociedade mais igual e mais justa.
No entanto, aqueles que nos pedem sacrifícios, são os primeiros a desrespeitarem os pressupostos vitais para a prosperação de uma sociedade justa.
Não podemos aceitar que o despesismo do Estado continue sem regulação, que Gestores Públicos continuem com salários milionários independentemente dos seus resultados, que obras públicas tenham custos 3 ou 4 vezes superiores ao orçamento inicial, que se fale constantemente em crise e que as grandes empresas nacionais tenham facturado dezenas de milhões de euros de lucro, que se concedam subsídios a quem não quer trabalhar e se acomoda nesta "mama" enquanto se corta nos salários de quem desconta, que se encerrem centros de saúde nas zonas interiores, negando-se desta forma o acesso de cuidados básicos a idosos por motivos financeiros. Onde está o Humanismo destes senhores? Onde está o respeito pelos valores elementares?
Continuamos a assistir a uma governação de juros, défices e dívidas, onde se tapam buracos com remendos. Esquecem-se que somos Humanos e tratam-nos como máquinas registadoras.
Com esta situação, muitas entidades empregadoras aproveitam-se do mal dos outros para conseguirem trabalhadores “desesperadamente motivados” que tudo fazem na esperança de encontrarem o seu lugar no mercado de trabalho, enquanto ziguezagueiam por estágios, subsídios de alimentação ou de transporte como remuneração, aquisição de currículo, horas extras, ou que o fazem apenas para não estarem parados. Onde estão as perspectivas de futuro para esta gente? Onde está a ética destas empresas que exploram para benefício próprio?
Por outro lado, esta também é em parte a Geração que designo de "Os pais pagam, os filhos gastam". Felizmente é uma minoria, mas a verdade é que se vêem por aí muitos jovens acomodados à vida de "estudante", perdidos entre festas e modas, à espera do trabalho ideal. É importante ter formação, mas considero igualmente importante saber-se o que é cumprir horários, ter objectivos, trabalhar para poder comprar. Às vezes é preciso fazer primeiro o que não gostamos, enquanto espreitamos uma oportunidade na nossa área de estudos. Não é vergonha para ninguém.
Termino dizendo que estive presente nesta manifestação, embora esteja empregado num sector completamente alheio à minha área de formação académica. Estive nesta e estarei se possível nas próximas, porque mais que o descontentamento de uma Geração, assistimos à indignação de todo um Povo. Somos pacíficos, acomodados, demasiadamente permissivos. Demonstramos as nossas opiniões em conversas de família ou amigos, em casa ou nos cafés. Enquanto dura este impasse, os Portugueses vão acumulando frustrações até atingirem o ponto de saturação. Não há nada mais forte do que um povo indignado a sair à rua, movido por uma causa comum.

Tuesday, February 15, 2011

Vamos jogar às Moções?

É engraçado. O Bloco de Esquerda decide formalizar uma Moção de Censura contra o Governo. E contra o PSD, o maior partido da oposição. Ou seja, dá o dito por não dito.
Um partido que decide deitar abaixo um Governo através de iniciativa própria é de louvar tendo em conta o primordial interesse que se coloca em cima da mesa da Assembleia todos os dias: a actual situação País. No entanto, quando essa iniciativa visa prejudicar outros partidos deitando assim por terra um eventual apoio, a isto eu chamo show off – vamos mostrar trabalho, vamos mostrar que estamos vivos mas sem beneficiar ou prejudicar ninguém. O resultado é uma deprimente novela.
Deprimente também, é o facto de outros partidos da oposição deixarem uma tomada de decisão quanto a esta moção para mais tarde, ou seja – vamos demonstrar que estamos contra o Governo fazendo bluff quanto a uma tomada de decisão, conquistando a opinião pública e no final vamos votar contra, ou abster porque a moção não é séria. Aliás, a Moção é também contra outros partidos da oposição, neste caso o maior. Porque não cada partido formalizar Moções contra todos os outros partidos? O resultado final seria o mesmo, mas tínhamos material político para encher jornais e opinião pública durante todo o ano.
O que me deixa triste, é a Comunicação Social atribuir tanta importância a este spam eleitoral, a estes conflitos de interesse em que cada partido se quer fazer mostrar. Em que cada partido finge ter iniciativas e tomar decisões, mas o principal objectivo, é sempre sair com a sua imagem limpa. Enquanto ninguém se decidir a pôr-se ao trabalho e sujar as mãos, vamo-nos mantendo neste jogo do empurra. O Mundo vai sempre continuar a girar e a família política agradece.

Tuesday, January 04, 2011

Com ou Sem

Ano novo, vida igual.
Sinceramente estou cansado de pensar e de tentar encontrar soluções para problemas. De me enervar com factos notíciosos polémicos. De assistir a tanta incompetência. Tanto negativismo...
Este é o ano do novo acordo ortográfico. Como já devem ter reparado ainda não ado(p)tei o novo modelo de escrita, nem sei se me vou conseguir adaptar tão depressa. A verdade é que impreterivelmente vamos tôdos ficá um pôquinho mais brasileiros, né?
Depois das pérolas "Allgarve" e "Azores"... Prefiro nem continuar, chega de negativismos.
Este será também um ano de recordes no que diz respeito ao preço dos combustíveis.
No entanto, há uma dúvida que me assombra e que torna os meus dias um pouco mais cinzentos.
Assistimos à introdução no mercado de combustíveis sem aditivos com preços bem mais simpáticos que os combustíveis regulares. Muito se tem dito que sem aditivos, as viaturas poderão vir a ter problemas. Verdade seja dita, até ao momento não existem factos que o comprovem. Aliás, já existem marcas que resolveram criar um combustível próprio sem aditivos.
Atendendo ao facto de que sem aditivos conseguimos poupar cerca de 10 cêntimos/litro sem prejudicar os lucros da empresa, eu questiono: Durante quanto tempo fomos nós "enganados" e "obrigados" a usar o combustível convencional mais caro, quando poderia existir uma alternativa?
Quantos milhares/milhões largámos durante anos de mão beijada nos bolsos de "alguém"? Isto porque assistimos a um fenómeno relativamente recente de opção de escolha e segundo estudos noticiados não existem diferenças assinaláveis. Mas ninguém parece realmente interessado em desvendar este mistério. Talvez porque desta forma é satisfatório para todos e em estratégia que ganha não se mexe.
Com ou sem aditivos, com mais ou menos dinheiro, façam o favor de ter um óptimo 2011. De preferência com todos os "pês" e "tês" a que a nossa Língua tem direito.