Thursday, October 23, 2008

Bum, Bum, Não... Bum!

Que expludam as montanhas no pico do Mundo
Que a lava salpique nas nossas cabeças
Bum, Bum Bum!

Que as igrejas caiam com o peso da ostentação
Que o cristão mal criado
Seja direccionado
No caminho do perdão
Que a morte suscite a salvação do pecador
Que a voz do servo seja a alma do inquisidor
Que o tempo atroz destrua a muralha da solidão
Bum, Bum, Bum!

Que a vontade de quem quer, seja o desejo de quem pode
Que a rotina do mendigo seja pesadelo do vulcão
Que o poder do presságio que tantos amaldiçoa
Seja Não, Não, Não!

Que o bem pratique a virtude sobre o mal
Que um não viva sem o outro persistir
Pois um precisa da antagonia do outro
E o outro não sabe de quem se pode rir

Que o luar que me ilumina todas as noites
Seja luz, o sol e o amor
Que a vontade que tem aquele que luta
Seja marcada pelo sangue vibrante do tambor
Bum, Bum, Bum!

Que eu siga o caminho sem metas nem destino
Pois o tempo foi escrito de mansinho sem pensar
Que a sorte que guia a vontade do menino
Seja chuva...
Ou seja mar
Que seja imensa sem vontade de pensar
Que seja imensa sem vontade de pensar.
Bum, Bum, Bum!

Tuesday, October 14, 2008

Ficção (pouco)Nacional

À poucos dias li um artigo escrito por João Lopes (crítico) no DN, onde aborda a questão da ficção nacional e confesso que foi com grande agrado que vi alguém insurgir-se contra uma "cultura de propaganda" com a qual somos constantemente bombardeados e aceitamos sem a questionarmos minimamente.
Deixo aqui alguns excertos de um texto brilhante.

"...o país pode ser pensado muito para além das patéticas "intrigas" de telenovelas construídas sobre esse grande desiderato filosófico que consiste em saber "quem vai para a cama com quem"..."

"...a telenovela tornou-se a linguagem dominante da televisão generalista em Portugal. Não só ameaça sugar, estetica e financeiramente, o próprio cinema, como se assumiu como verdadeira instituição ideológica."

"...um canal (TVI) promoveu uma votação para escolher as suas (!) melhores telenovelas de sempre. Para além do peculiar narcisismo mediático que serve de subtexto a semelhante iniciativa, a sua realização desembocou num acontecimento a que foi dada a designação de Gala da Ficção Nacional."

"Acreditei que, quanto mais não fosse em nome dos mínimos olímpicos da indignação cultural, se multiplicariam as vozes para lembrar (apenas lembrar...) que no país de Luís de Camões, Vieira da Silva, Sofia de Mello Breyner Andresen, Manoel de Oliveira e José Saramago, promover telenovelas como "a" ficção nacional, além de relevar de um profundíssimo mau gosto, representa um abuso contra a nossa história como cultura e, já agora, também como nação."

"Pasmo, confesso, com o facto de as telenovelas andarem a encenar os jovens como tontinhos sexuais que só pensam em telemóveis e gel no cabelo, e tudo isso acontecer perante o prolongadíssimo silêncio de instituições políticas (seria interessante ouvir os partidos comentar a situação) e profissionais (como é possível ser professor e não ter algum tipo de reacção a este estado de coisas?)."


Penso que seria interessante reflectirmos todos um pouco sobre este artigo.

Tuesday, October 07, 2008

Cravo Azul

Perco o instante da procura do desejo
Preso na voz que me causa mau estar
Danos morais intactos no espelho
Imagens falsas reflectidas no olhar

Palavras mágicas balançadas no teu leito
São incómodas para quem não quer ouvir
É cruel e está cravado no peito
Foge irmão, se não tens para onde ir

Como um cravo de espinhos azuis
Que fere a alma e derrama o sangue no chão
A verdade está a anos luz
Bem guardada na palma da tua mão

Marca a hora num relógio atrasado
De comer o milho dos pardais
Tudo é sonho e o comboio demorado
Gera o mel de corruptos habituais

Faz de conta que nada disto existe
Uma história que se deve esconder
Parte irmão que este mundo tu não viste
Vai com a sorte de uma morte sem sofrer.

Friday, October 03, 2008

Será?

"Gosto da ideia de estar sozinho. Gosto da ideia de estar sozinho em muitos aspectos da minha vida. Gosto de me sentir só. Gosto de precisar de coisas"

Robert Plant - Vocalista
Led Zeppelin