Friday, March 27, 2009

Imposto vitalício

Se entrarmos no contexto das instituições reguladoras e administrativas da sociedade, podemos constactar que o sistema utiliza, maioritariamente, procedimentos lineares e antiquados. Convém guardar um certo conservadorismo à sombra das inovações tecnológicas.
As regras e normas são previamente instituidas, no entanto, estas tornam-se questionáveis quando baseadas em processos que visam demonstrar uma mensagem favorável, iludindo os propósitos a que foram direccionados, apesar dos conteúdos estarem presentes.
É na maioria das vezes característico agradar aos superiores, preterindo os destinatários das mensagens, estes os principais interessados, mas inferiores num qualquer contexto hierárquico.
Funcionamos sob um sistema viciado e manipulado por um jogo de interesses e lobbies que servem de "tachos" a muitos "trabalhadores", posicionados em elevados cargos administrativos.
Esta semana ouvi uma frase curiosa. "Na vida só temos duas certezas: a morte e os impostos."
O cidadão comum é constantemente avaliado no seu emprego, vigiado entre câmaras e radares, controlado por regras e normas e explorados por impostos obrigatórios, não reavendo os dividendos devidos. Tudo isto embrulhado num contexto relativo ao contracto social a que todos nós estamos subjugados, denominado de Democracia.
Espero conseguir sobreviver a esta liberdade social (não confundir com libertinagem) que me permite tudo e me reprime por nada.
Mas eu nada sei. Espero saber mais e principalmente compreender este sistema libertino integrado numa democracia livre e de bons princípios, mergulhada num mar de aldrabices, as mesmas que teimam em se manter, todos os dias, tatuadas nas nossas costas.

1 comment:

Vanessa said...

Só se pode compreender, questionando, fazendo uma introspecção...Há quem tenha espiríto para ser livre, há quem seja libertino, há quem viva em submissão toda a vida. A condição de cada um depende, não apenas das circunstâncias da vida, mas também de si próprio. Quem pára, como tu paraste para reflectir sobre o que nos rodeia, sejam verdades ou mentiras, sejam honestidades ou aldrabices, tem espírito para ser livre. Pensar e questionar normas e regras é tentar viver com inteligência, é romper o vínculo com os vícios, da já tão viciada sociedade, sem tropeçar no extremo da anarquia.
Também me incomodam as regras não fundamentadas, que escondem a conveniência, que encobrem a corrupção, e que se movem em gesto de manipulação. Tento ser livre, com a consciência de que a luta pela liberdade é intensa, mas também convicta de que viverei melhor. Ser-se libertino ou ser-se submisso não exige luta, faz-nos apenas perder tempo e vida.

Beijo