Monday, October 27, 2014

Liga dos Comilões

Caros amigos. Hoje vou falar sobre futebol. Compreendo que alguns de vocês não se interessem e terminem imediatamente com a leitura. Mas também acredito que a outros despertará a curiosidade no que diz respeito à minha opinião sobre este assunto.
Com certeza que muitos dos apreciadores do futebol, já se depararam com a questão das arbitragens prejudiciais a equipas portuguesas na competição denominada Liga dos Campeões. E a verdade, é que nos últimos anos, nos jogos em que estiveram envolvidas equipas portuguesas frente a outras equipas europeias, supostamente mais "fortes", as representantes de Portugal normalmente saem prejudicadas. E este ano não é excepção. Mas também é verdade, que para os mais atentos nesta competição, e que acompanham outros jogos com outras equipas europeias, é curioso constatar que normalmente a decisão do árbitro pende para o elo mais forte. Ou seja, há muitas mais equipas europeias de menor expressão, que sofrem do mesmo mal das portuguesas.
Para que não fique no ar uma teoria da conspiração pouco fundamentada, baseada em opiniões e clubismos, desafio-vos a fazer um pequeno raciocínio. Não é por acaso que a Liga dos Campeões, é também conhecida como Liga dos Milhões. Isto porque, é uma competição que envolve muito dinheiro e claro, onde há dinheiro há interesses. Para lá do que se passa dentro das quatro linhas, existe uma panóplia de entidades envolvidas cujo objectivo é lucrar com este desporto. Desde patrocínios, casas de apostas, direitos televisivos, empresários, intermediários, e no topo da cadeia alimentar, a própria FIFA. E quem move esta máquina de gerar riqueza e alimenta todos os apêndices? Os grandes clubes, como Real Madrid, Barcelona, Bayern de Munique, etc. Ou seja, quanto mais tempo estas equipas estiverem envolvidas nesta competição com todas as suas estrelas, maior é o número de seguidores e mais dinheiro é gerado. Por isso muitas vezes, não são bem vindas surpresas de outros clubes que ousem intrometer-se numa fase mais avançada da competição.
Vou tomar como exemplo um jogo a que assisti e que de certa forma vai de encontro ao que aqui foi dito. Ludogorets - Real Madrid (e perguntam vocês, Ludo quê??). Exacto, estão a ver onde quero chegar. Esta equipa desconhecida fez frente ao Real Madrid, num passado recente e chegou a assustar os gigantes, chegando mesmo a ter vantagem no jogo. Mas um penalty bastante duvidoso e um golo em que existem dúvidas sobre uma falta atacante, permitiram ao Real dar a volta, entre outros lances que normalmente pendiam a favor dos espanhóis. Se estou a contestar o mérito do Real nesta vitória? Não. Estamos a falar de duas equipas com uma diferença abismal de qualidade. Se acredito que estes dois lances seriam decididos da mesma forma se os papéis se invertessem? Não, absolutamente. É muito mais seguro para um árbitro tomar uma decisão em que no máximo poderá ser contestado por "meia dúzia" de adeptos, do que ter os olhos do mundo em cima de si por falhar num lance em que prejudique um gigante do futebol.
Este é apenas um dos exemplos por que clubes como Benfica e mais recentemente o Sporting passam e tanto se queixam. Não só têm que enfrentar equipas mais poderosas a nível europeu, como têm que ultrapassar o interesse maior, que muitas vezes demonstra a sua influência através de arbitragens. Mas se analisarmos bem o contexto nacional, o mesmo se passa com os três grandes e as restantes equipas. E a verdade desportiva não passa de utopia.
Como diz o outro, " O fair play é uma treta."

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